A Adrenalina de Deus – O Antídoto Contra o Secularismo e Outros Males - Sônia Perez (*)

Ainda que a nossa fé outra coisa não nos tivesse a oferecer, além da
eletrizante experiência de dependermos de Deus, já teríamos,
certamente, o bastante para nos fazer intimoratos no confronto de
quantos encerram toda a sua vã confiança na própria suficiência. Além
da veleidade dos seus esforços, aqueles que acreditam apenas em si
mesmos (e nos seus iguais) perdem toda a gama de "fortes emoções" que
Deus nos assegura viver, quando nos dispomos a acolher a fé e dela
fazer uma experiência concreta.
Viver concretamente o que pregamos para os outros nos deixa "viciados"
na "adrenalina" de Deus. Confiar a direção da nossa vida ao Senhor é a
maior aventura que o homem pode se permitir viver. Desfrutamos a
vantagem de sempre obter prodigiosos resultados, ainda que, de
princípio, eles sejam conhecidos por Deus somente. No exercício da fé,
os resultados queridos pela vontade de Deus se revelam a cada passo
que é dado por quem é chamado a cumprir uma missão, seja ela geral ou
particular. Não enxergamos muito do caminho, a luz foca o terreno onde
se dará o próximo passo.
A Missio Dei comporta um sem-número de missões particulares que
competem à Igreja, como um todo, não se perdendo de vista que a maior
parte das missões particulares compete aos leigos, pois somos
especialmente chamados ao testemunho de fé nos mais diversos locais e
situações que a vida nos oferece, como que numa salva de prata.
Mais do que sempre, somos desafiados a cumprir, cada um, o seu papel.
Não podemos nos esconder agora, é tempo de testemunho! E que ninguém
se engane: o resultado do testemunho é certo e glorioso, mas o preço é
altíssimo – pode ser a própria vida.
Hoje, a vida como preço do testemunho não nos é mais tirada nas arenas
dos circos romanos, podemos perdê-la na trivialidade do cotidiano. Ela
pode nos ser tomada através dos insultos; do afrontoso escárnio; da
humilhação, da tristeza que pode nos induzir à depressão, à
incredulidade ou ao esfriamento da fé; ao suicídio; ou, simplesmente,
ao escândalo e conseqüente tropeço (o que não é de pouca monta).
Os leões e gladiadores "armados até os dentes" não estão mais nas
arenas romanas, eles estão ao nosso derredor. Podem até ser
representados por irmãos e, não raramente, até mesmo por aqueles que
têm o dever de ofício de estimular a fé; de nos guardar na fé; de nos
instruir para Deus e não contra Ele ou apesar d'Ele. Tenhamos sempre
presente que somente seremos vencidos na fé se assim o permitirmos,
pois temos acesso à fonte inesgotável da água que é o próprio Espírito
de Deus.
Todos nós conhecemos a vontade de Deus, ela nos é revelada nas
Escrituras Sagradas. Sabemos como e em que situações podemos e devemos
exercer a fé que o Senhor espera de nós. Não fazê-lo e murmurar, é
tentar a Deus; exercer essa fé poderosa querendo ditar os resultados
é, também, tentar a Deus, o consumador da fé que Ele mesmo concede a
cada um, em diferentes medidas, conforme o seu arbítrio.
Em sua soberana vontade, o próprio Deus determina a natureza, a
extensão, os limites e a operosidade da fé que concede a cada um. Cabe
a nós exercer a fé que o Senhor espera de nós, no momento e na
situação que se nos apresenta, na completa e confiante dependência de
Deus, sabendo que Ele é quem opera em nós tanto o querer como o
realizar.
Como saberemos o que, quando e como fazer, discernindo a vontade de
Deus? Só tem um jeito: caminhando com Ele, na Sua intimidade;
conhecendo a voz do Pastor e o seu modo de agir (quase sempre
insuspeitado).
Não há solução mágica: é praticar, praticar e praticar. Jamais
acertaremos se nos engessarmos no medo de errar. Vamos acertar sempre?
É claro que não! Mas uma coisa temos de ter sempre presente diante de
nós: o Senhor jamais nos chamará para fazer algo que não podemos
fazer. Nunca. Isso seria tentação e Deus a ninguém tenta. Mais do que
isso, Deus é leal a Si mesmo e a nós, Seus filhos.
Por que, então, tememos tanto o que é mortal e, em contrapartida,
desconfiamos tanto dos chamados de Deus, das "requisições" de Deus na
nossa vida? Por que desconfiamos tanto da direção de Deus quando ela
contraria a nossa vontade, o nosso sentimento e, ao contrário do que
gostaríamos, vem justamente ao encontro daquilo que mais receamos, do
que mais nos desagrada, do que mais nos desafia? Há algumas respostas
possíveis, sendo essas as mais comuns: 1) porque não queremos o que
Ele quer; 2) porque não discernimos a Sua vontade por estarmos pouco
familiarizados com o jeito de Deus comunicá-la (falta de intimidade);
3) porque não confiamos n'Ele. Cada um poderá achar outras razões, é
um bom exercício.
A nossa força está na fé. E quanto à nossa esperança: ninguém, ninguém
mesmo, poderá arrancá-la de nós. Que venha o secularismo com toda a
soberba do seu limitado conhecimento humano. Que seus adeptos façam
bom proveito da miserável vida sem Deus que fazem questão de urdir
para si mesmos.


¬ Sônia Perez é advogada; membro em plena comunhão na Catedral
Anglicana do Bom Samaritano, em Recife, PE, no Arcediagado Sul.

Endereço: sonia-adv@hotmail.com.

Secretaria Episcopal
Diocese do Recife - Comunhão Anglicana
Escritório Maceió - AL
(das 8h às 13h)

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"Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de
vós. Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros. Purificai as
mãos, pecadores; e vós que sois de ânimo dobre, limpai o coração"
(Tiago 4.7-8)

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